terça-feira, 11 de agosto de 2009

Considerações sobre o texto: Gêneros textuais como práticas sócio-históricas (Luiz Antônio Marcuschi)

Os gêneros não são instrumentos estanques e enrijecedores da ação criativa por estarem profundamente vinculados à vida cultural e social e por se caracterizarem como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos e por estarem ligados às atividades socioculturais. São flexíveis e variam segundo as necessidades de comunicação.

A relevância de sua definição é a sua situação de estabelecer comunicação , a prática de sua realização, e não a forma lingüística.

A TV, o rádio, o gravador, o telefone, revista, o computador pessoal e sua aplicação mais notável – a internet – são suportes, os canais usados para a comunicação, o objeto concreto onde se apóia o texto.

Estes novos gêneros surgem a partir das inovações culturais, do uso constante de novos meios de comunicação; contudo não são completamente novos: apóiam-se em gêneros já conhecidos que mantém com eles certa semelhança e surgem quando há um novo enquadramento comunicativo para um gênero já existente.

A partir do momento em que o gênero não atende mais às necessidades culturais e sociais ele desaparece cedendo espaço a outro que melhor atenda à prática comunicativa. A este processo, Bakhtin deu o nome de “transmutação” dos gêneros

Os novos gêneros tendem a diminuir a fronteira da oralidade e da escrita, através de um certo “hibridismo”, buscam inviabilizar de forma definitiva a velha visão dicotômica ( oralidade e escrita ) ainda muito presente nos discursos do ensino da língua.

O aspectos que podem servir de critério para a classificação do gênero podem ser formais (lingüísticos, estilísticos) e funcionais (culturais) podem estar ligados ao suporte ou ao objetivo.

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Trabalho apresentado à Professora Daniele Berzoini do Curso Gestar II - Língua Portugues - da Prefeitura de Juiz de Fora

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